auto retrato com Hasselblad

Biografia


Chegou em São Paulo em 1937 com uma carta de recomendação para trabalhar num frigorífico. Nas horas vagas vendia cúpulas de abajur. Cansado de carregar as cúpulas decidiu fotografá-las e realizou um catálogo. Foi o início de uma profissão que levou adiante com entusiasmo, mentalidade aberta e espírito curioso.



A partir de 1939 trabalhou para o suplemento em rotogravura editado pelo O Estado de S.Paulo. No começo dos anos quarenta até cerca de 1950 foi fotojornalista da revista O Cruzeiro e realizou importantes reportagens. Fotógrafo oficial do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand desde 1947, ano de sua fundação, registrou por muitos anos as atividades, os eventos e a constituição do acervo do Museu. Em meados dos anos 40 abriu o estabelecimento Foto Studio Peter Scheier que funcionou até 1975.

 

De 1958 a 1962 foi fotógrafo oficial de eventos da emissora de televisão Record. Representante da agência Pix dos Estados Unidos, publicou reportagens no exterior, entre as quais a inauguração de Brasília.

 

 teste

Seu acervo de negativos impressiona pela quantidade de trabalho efetuado e a variedade dos assuntos abordados. Realizou documentação fotográfica para as maiores fábricas e indústrias de São Paulo e de outros estados, e registrou as mudanças tecnológicas do país anotando as características regionais, tipos humanos e situações sociais.

 

 

Peter Scheier fotografou para constituir um repertório que contemplasse as múltiplas facetas de um país imenso. A técnica apurada lhe permitiu dominar qualquer situação, mas seu enfoque natural era de fotojornalista, com destaque para as histórias e as pessoas. Em 1970 apresentou no Museu de Arte de São Paulo a exposição 30 anos de Visão e Multivisão com fotografias de reportagens e audiovisuais produzidos para o Ministério das Relações Exteriores.

 


Em 1975 voltou para a Alemanha, deixando em São Paulo o arquivo. Uma parte deste, mais pessoal, permaneceu com a filha Bettina Lenci em São Paulo e o filho Thomas, também fotógrafo, radicado em Lisboa. Hoje este arquivo está sob a custódia do neto Lucas Lenci, quem administra o Instituto Peter Scheier. A parte de trabalhos comissionados do arquivo foi doado em 1979 para a Editora Abril e consta de cerca de 30.000 negativos em preto-e-branco  e 4.000 slides coloridos. Após mais de 30 anos estas fotos fora novamente doadas ao Arquivo Histórico Judaico Brasiliero que posteriormente o vendeu ao Instituto Moreira Salles.


Em resumo hoje a obra de Peter Scheier se divide em  acervo profissional, com o IMS, e o acervo pessoal ainda em família e representado pelo Instituto Peter Scheier.

© Lucas Lenci | site por NaçãoDesign